sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Tenho um bebé! E agora?!



Pois se eu já era paranóica com horas e tempos, agora estamos bonitos: tenho um filho. O puto tem 5 meses, já voltámos ambos ao trabalho (apesar de termos feito uma bela equipa de 3 + 2 meses de licença partilhada)... e agora?

Agora temos avós para ajudar e horas para cumprir.

O horário diário está assim:

6h30/ 7h (conforme a noite!): acordar e começar a trabalhar
10h: parar tudo e tratar das coisas da casa, arranjar o garoto, etc.
12h: almoço. Garoto fica nos avós.
12h30 - 15h30: trabalhar

Tudo quanto venha depois desta hora é bónus, mas não ponho demasiada pressão em trabalhar mais do que 6 horas por dia. Nem o devo fazer sob pena de ficar sempre com sensação de falhanço. Seis horas a escrever é fruta...

Às terças é dia de menina da limpeza e por isso eu aproveito esses dias para ir às compras e fazer tarefas burocráticas ou ir à biblioteca da faculdade.

Anda-se em velocidade de cruzeiro e está-se muito bem, com a produtividade em alta.

E com um puto que é giro, giro.


quarta-feira, 21 de março de 2012

Stripy cats and busy ladies

Agora que ando com a cabeça enterrada nos livros, ocupadíssima a tentar justificar teoricamente as questões que quero colocar aos meus entrevistados, venho para estas bandas apenas para deixar uma sugestão de blog. 

A Rita é uma investigadora de profissão, vive de acordo com uma filosofia minimalista e dá sempre umas dicas maravilhosas. Hoje é daquelas que me fala ao coração, é sobre organização do tempo quando se trabalha em casa.

Vão lá e gostem e subscrevam e leiam-na, que a miúda ajeita-se!

http://busywomanstripycat.blogspot.pt/2012/03/trabalhar-em-casa-dicas-para-aproveitar.html

sábado, 26 de novembro de 2011

Metodologia




Nem só de queixinhas vive a doutoranda e nesta fase produtiva partilho alguns métodos que tenho utilizado para me organizar. E com partilho quero dizer, vá, escrevo aqui para não me esquecer.

Agenda – Depois de algumas tentativas-erro, consegui estabilizar no sistema de uma agenda e um caderno de tarefas.

Na agenda escrevo as tarefas diárias, as reuniões, os almoços, as ideias em geral. Utilizo-a quase como um diário; ainda há pouco tempo precisei de ir rever o que fizera no dia tal e lá estava. Dá-me jeito por mil razões, sendo que a memória é uma das muito importantes. Já dei por mim a fazer desenhos e a escrever receitas.

No caderno de tarefas tenho um esquema GTD modificado. A meio do caderno tenho as grandes tarefas (Redacção do capítulo 1; Publicação de artigos; Trabalho de campo; Tarefas burocráticas; etc.). Debaixo dessas tarefas tenho a decomposição de todos os pequenos passos para as completar. 

Semanalmente revejo as tarefas e passo para a minha lista diária o que quero fazer ou tenho mais urgência. Assim tenho sempre as tarefas grandes em mente e consigo ao mesmo tempo entender o que preciso de fazer para cumprir o meu calendário.


Computador – O meu computador não é um reflexo da secção doutoral da minha casa, já que é talvez o melhor reflexo de alguma mania da organização, que não consigo transplantar para outros campos da vida.
A pasta Doutoramento está dividida por secções que, por sua vez, estão divididas em subsecções. Exemplo: a pasta Redacção da Tese está dividida por Trabalho de Campo, Capítulos e Entrevistas. Dentro desta, os ficheiros estão devidamente descritos e datados. 

Isto da data foi um ovo de Colombo, um engenho nascido da necessidade, de não saber a quantas andava com os milhentos documentos que ia criando, todos com o mesmo nome.

Tarefas - Apesar das mil tarefas que o doutoramento implica, foi necessário despachar algumas mais prementes. Num mês de reuniões e balanços, de repente caiu-me nos braços uma série de coisas novas [ou velhas para acabar]. Depois de ter conseguido mais dados, dei por terminada a primeira fase do trabalho de campo (nem acredito!) e foi preciso registar todos os movimentos, todos os pensamentos, tudo. Esse pequeno passo tomou-me cinco dias completos. CINCO! Depois da recolha de dados foi preciso codificar, introduzir em SPSS, fazer frequências e crosstabs, passar para Excel para os gráficos ficarem todos lindinhos e tudo devidamente identificado e, finalmente, ler as tabelas e os gráficos, escrever as conclusões da leitura, fazer comparações e inferências. Coisa pouca. 42 páginas depois, lá enviei o documento à orientadora para podermos discuti-lo.

E agora, de repente, fico com tudo para trás, nomeadamente um artigo que TEM que ser publicado sob pena de vir cá a casa um senhor do Centro que me acolhe dar-me um piparote nas orelhas. 

Planos para o futuro – 2012 promete. A última fase do trabalho de campo vai ter mesmo que ficar pronta durante este ano, para poder usufruir de um 2013 de escrita. Não quero ultrapassar o tempo de bolsa. E isso é algo que está perfeitamente no horizonte, desde que 2012 seja o ano de todas as recolhas de dados.

É com entusiasmo e vontade de produzir que encaro este novo ano que já está mesmo a espreitar. 

E, por uma vez, não me queixei!!!

sábado, 19 de novembro de 2011

(in) definições


O silêncio não se deve a mais do que a excesso de trabalho. Não me queixo, que o regresso à produtividade, depois de uma metade de ano para esquecer, está a ser mesmo aquilo que precisava para me sentir novamente pessoa. 

Hei-de mudar o Mundo. Se me conseguir manter acordada.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Construindo uma tese



Atingida a barreira dos dois anos de bolsa, chega-se a meio caminho e vê-se o que se fez. 

Até agora tenho a fase 1 do trabalho de campo terminada, dados analisados e devidamente pensados. Um bonito texto está escrito sobre eles e até os vou apresentar no próximo mês sob forma de poster.

Teoricamente, tenho um capítulo escrito. É pouquíssimo, eu sei, mas era um dos piores capítulos, dos mais difíceis para mim - sociologia da infância, que comecei do zero - e tirando uns acertos aqui e ali, mais uma secção que ainda está fraquinha, tenho um primeiro rascunho bastante razoável. 

Pelo meio tenho um artigo publicado e outro prestes a submeter. E muita faladura botada, que isso é que eu gosto, de ter público. Posso ser uma actriz barra cantora falhada mas arranjei maneira de ter outro palco.

Entra-se no próximo ano na fase 2 do trabalho de campo e na escrita de pelo menos dois capítulos. Trabalhando no Verão, vou fazer férias já mesmo quase no Outono, mas aguarda-se com ansiedade a rentrée.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Tempo tempo tempo não tenho tempo tempo tempo tempo



Desde o início do ano que esta vidinha deu uma volta grande e estranha. Especialmente desde meados de Março que a concentração não tem sido a melhor, admito, confesso, flagelo-me. Como não vivo sem a ilusão de organização, tomei medidas.

Primeiro instalei um contador no PC; sempre que me desviava do trabalho para fazer uma tarefa doméstica ou, confesso, flagelo-me, admito, ver uma série (a culpa é minha que estejamos no auge da época televisiva americana?!? Não é!), pausava o contador. E no primeiro dia fiquei catatónica, enrolada sobre mim mesma no chão da cozinha quando vi quantas horas trabalhava. Não digo quantas, que é feio, mas adianto que se a minha produtividade já é considerada por terceiros como sendo para cima de espectacular, se investisse 7 horas por dia tinha a tese feita desde 1976. 

Os números no contador foram aumentando, proporcionalmente à a minha auto-estima e garantindo uma melhor resolução da culturalmente induzida culpa judaico-cristã que me assolou durante uns dias. Há dias melhores, há dias piores, mas esta medição absolutamente anal do tempo é o que me mantém com a noção de produtividade/ hora conforme a tarefa. 

Agora esta mocita com a mania das organizações e com a disciplina de um macaco decide que se calhar não era mal pensado fazer uma espécie de horário escolar. Há uma regra das profissões criativas (não me lixem, escrever uma tese é um ramo criativo!) que é escrever todos os dias e acho que me ando a esquecer um bocado desse corolário. Por isso, no meu magnífico horário escolar em Excel tenho pelo menos uma hora diária dedicada à escrita. Também tenho umas horas semanais dedicadas a tudo quanto seja métodos, que também é uma área que está a ficar descurada; a metodologia e o desenho da pesquisa têm que estar sempre a rodear todo o trabalho de tese, dizem-me. 

Vamos ver o resultado destas novas medidas. No fundo, os detalhes de gestão de tempo são uma aprendizagem nestes tempos mansos de doutoramento. Tenho perfeita noção da tranquilidade relativa deste momento académico e do seu carácter quase irrepetível. Por isso vou falhando e aprendendo, acertando e aprendendo. Mas sempre aprendendo.

quarta-feira, 16 de março de 2011

A percepção do tempo


Apercebo-me de tudo quanto tenho feito este ano (e ainda vamos em Março!). No início do ano publiquei o Working Paper, já enviei um abstract para um outro paper, já revi novamente a minha base de terreno e o capítulo 1 já tem 15 páginas escritas do zero e sobre uma matéria que dominava muito mal. 

Fiz isto tudo. Mas continua a ser uma dor de alma ter que ler um livro e demorar horas intermináveis. E depois fica o inevitável sentimento que aquilo não é trabalho. E a incompreensão generalizada sobre o que raio faço eu da vida. Não é coisa que me perturbe diariamente. Mas há dias e dias neste ofício...


sexta-feira, 4 de março de 2011

Eish, tanto tempo!


Amizades, 2011 corre-me maravilhosamente mas andou agreste de saúde e agora está agreste de trabalho. Primeiro, um início de ano constipada. Ora aparecia ora desaparecia... até que à terceira tentativa apanhou-me já em forma de monstro gripal e andei por aí, febril e fraquita. Já passou, óptimo, maravilha. Entre uma ou outra maleita extra que de grave não tem nada, lá regressei ao trabalho. Ainda a medo de ir para Lisboa apanhar frio, forcei-me a sair para trabalhar nas bibliotecas municipais à volta. Sabe bem, apanha-se um solzito, lancha-se croissants. 

Entretanto a orientadora muda de instituição de ensino (estou muito feliz pela sua progressão!), o que me retirou temporariamente do contacto mais frequente com o ISCTE. Apareço lá para o ocasional trabalho na biblioteca, que culmina inevitavelmente em almoços de sushi com a minha parceira Diana e com livros requisitados para depois ler em casa. Tenho mesmo que regressar à casa de acolhimento, preciso de socializar dentro do meu grupo de pares e estar num ambiente propício ao trabalho académico (e não tanto ao inevitável trabalho doméstico).

Falando em trabalho doméstico, há coisa de duas semanas apercebi-me que nunca havia medido quantas horas trabalho por dia. Acede-se ao download.com, saca-se um relógio multifuncional e cada vez que saio do PC, paro para ver uma série, vou fazer a cama ou o jantar ou me perco com objectos brilhantes em geral faço pausa no relógio. E no primeiro dia fui invadida por uma terrível sensação de culpa perante uma evidência aterradora. Não vou dizer quantas horas estava a trabalhar porque, mesmo sinceramente, tenho vergonha. Contudo, como boa aluna que sou, aprendo com os erros e neste momento forço-me a fazer x horas por dia. A minha produtividade - muito literalmente - triplicou e não podia estar mais satisfeita com os resultados reais que isso tem trazido ao meu pobre capítulo 1, que anda para aqui empancado desde que nasceu.

Psicologicamente, ao chegar à marca dos dois anos de bolsa, sinto-me aterrorizada. Mas não muito, que eu não sou de sofrer antecipadamente. Faltam dois anos e picos, é tanto quanto até agora; e sinto que sou capaz, não tenho dúvidas. Mas a enormidade do trabalho empírico que me espera (segunda volta de trabalho de campo e entrevistas a meio Portugal) deixa-me com um nó no estômago. Ou então ando a comer croissants a mais e agora diz que é nervos. 

E agora, depois destas aventuras todas, tenho o primeiro capítulo para organizar e começar a redigir, uma apresentação para Maio, o texto dessa mesma apresentação para Abril e o plano de regressar ao terreno o mais rapidamente que me seja possível. Não me queixo da vida, só estou um bocadinho assoberbada. 

Deixo-vos um link para a mais recente descoberta: http://openlibrary.org/
Ora, andava eu em busca de um livro do Talcott Parsons que não existe na biblioteca do ISCTE, estive meeeesmo para o comprar mas o meu rico Google acabou por me presentear com este magnífico site. A malta inscreve-se de grátes, escolhe o livrinho e lê online. "Nhe nhe nhe ler online é chato". É mais chato gastar dinheiro com um livro que se vai usar três ou quatro vezes. Family, socialization and interaction process tem o condão de me oferecer pensamentos suicidas, mas pelo menos não paguei por ele. Espero que venha trazer algo de bom para os dois leitores deste blog.

Um forte abraço e até ao meu regresso. 

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Este vai ser um bom ano



Acabo de receber a notícia que o meu Working Paper foi aprovado para publicação. O link, brevemente, aqui.
Feliz.
Do the Snoopy Dance!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Best compliment ever



Perante um pedido de revisão de um artigo no qual ando a trabalhar, o rapaz diz-me a frase "Eish... estás a escrever como naqueles livros da faculdade...!"

Gotta love him.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Profissão: escritor



Nunca temi as palavras, sempre as abracei por aquilo que são e pelo efeito que causam. Adoro asneiras, adoro onomatopeias. Adoro nomes próprios e suas derivações. Adoro jogos de palavras e piadas cuidadosamente pensadas. Depois há as que odeio, as que não posso ouvir, as que me fazem regurgitar um bocadinho. 
Alimento uma tese e três blogues. Alimento o Facebook diariamente. Porque preciso de validação, claro. Mas porque preciso sobretudo de expelir todas as palavras que invadem diariamente a minha cabeça.

Adoro palavras.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

It's funny because it's true

Disclaimer

É um bocadinho estranho mas absolutamente necessário, quando empresto um livro, dizer a frase "Não ligues às notas de lado... é que às vezes, quando discordo do autor, discuto com ele a lápis, na margem..."

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

We're never happy

Estas é que a sabem toda!


Adoro as temperaturas outonais, sou fã do Inverno, mas quando estamos todos encasacados a tentar ler/ pensar/ escrever, e o pingo teima e sentimos a cabeça cheia de muco desde o queixo até ao cerebelo, torna-se desagradável e desejamos o quentinho da outra metade do ano. Claro que depois temos a Primavera, que bom, é mais quentinho, as cores são mais vivas, os passarinhos passarinham, mas eu só consigo lembrar-me que tenho que comprar duas caixas de Aerius e não sair de casa, sob pena de não conseguir ler/ pensar/ escrever. E no Verão, ahhhh, que saudades do Verão, podemos ler na praia, andar de cuecas pela casa, mas o que acaba por acontecer é que fica quente demais durante o dia e nem se consegue ler/ pensar/ escrever! À noite está-se, como se diz na minha terra, espapaçada. 

Isto para dizer que passei a última semana no pior cenário possível: doente, gelada mas com um prazo para cumprir. Não era nada de extraordinário, nada que eu não pudesse adiar mais uns dias se precisasse mas teimei que não adiava. E agora estou, claro, sem ver grandes melhoras. Porque sou teimosa. Porque adoro o Inverno. Porque estou vestida com umas dezoito camadas de roupa e continuo a achar que adoro o Inverno. 

Que venha o Verão. Para eu me poder queixar outra vez.