sábado, 26 de novembro de 2011

Metodologia




Nem só de queixinhas vive a doutoranda e nesta fase produtiva partilho alguns métodos que tenho utilizado para me organizar. E com partilho quero dizer, vá, escrevo aqui para não me esquecer.

Agenda – Depois de algumas tentativas-erro, consegui estabilizar no sistema de uma agenda e um caderno de tarefas.

Na agenda escrevo as tarefas diárias, as reuniões, os almoços, as ideias em geral. Utilizo-a quase como um diário; ainda há pouco tempo precisei de ir rever o que fizera no dia tal e lá estava. Dá-me jeito por mil razões, sendo que a memória é uma das muito importantes. Já dei por mim a fazer desenhos e a escrever receitas.

No caderno de tarefas tenho um esquema GTD modificado. A meio do caderno tenho as grandes tarefas (Redacção do capítulo 1; Publicação de artigos; Trabalho de campo; Tarefas burocráticas; etc.). Debaixo dessas tarefas tenho a decomposição de todos os pequenos passos para as completar. 

Semanalmente revejo as tarefas e passo para a minha lista diária o que quero fazer ou tenho mais urgência. Assim tenho sempre as tarefas grandes em mente e consigo ao mesmo tempo entender o que preciso de fazer para cumprir o meu calendário.


Computador – O meu computador não é um reflexo da secção doutoral da minha casa, já que é talvez o melhor reflexo de alguma mania da organização, que não consigo transplantar para outros campos da vida.
A pasta Doutoramento está dividida por secções que, por sua vez, estão divididas em subsecções. Exemplo: a pasta Redacção da Tese está dividida por Trabalho de Campo, Capítulos e Entrevistas. Dentro desta, os ficheiros estão devidamente descritos e datados. 

Isto da data foi um ovo de Colombo, um engenho nascido da necessidade, de não saber a quantas andava com os milhentos documentos que ia criando, todos com o mesmo nome.

Tarefas - Apesar das mil tarefas que o doutoramento implica, foi necessário despachar algumas mais prementes. Num mês de reuniões e balanços, de repente caiu-me nos braços uma série de coisas novas [ou velhas para acabar]. Depois de ter conseguido mais dados, dei por terminada a primeira fase do trabalho de campo (nem acredito!) e foi preciso registar todos os movimentos, todos os pensamentos, tudo. Esse pequeno passo tomou-me cinco dias completos. CINCO! Depois da recolha de dados foi preciso codificar, introduzir em SPSS, fazer frequências e crosstabs, passar para Excel para os gráficos ficarem todos lindinhos e tudo devidamente identificado e, finalmente, ler as tabelas e os gráficos, escrever as conclusões da leitura, fazer comparações e inferências. Coisa pouca. 42 páginas depois, lá enviei o documento à orientadora para podermos discuti-lo.

E agora, de repente, fico com tudo para trás, nomeadamente um artigo que TEM que ser publicado sob pena de vir cá a casa um senhor do Centro que me acolhe dar-me um piparote nas orelhas. 

Planos para o futuro – 2012 promete. A última fase do trabalho de campo vai ter mesmo que ficar pronta durante este ano, para poder usufruir de um 2013 de escrita. Não quero ultrapassar o tempo de bolsa. E isso é algo que está perfeitamente no horizonte, desde que 2012 seja o ano de todas as recolhas de dados.

É com entusiasmo e vontade de produzir que encaro este novo ano que já está mesmo a espreitar. 

E, por uma vez, não me queixei!!!

2 comentários:

  1. Quando leio os teus posts e a quantidade de trabalho que tens feito...e quando penso que eu tenho menos um ano do que tu para acabar, fico com o coração pequenino, completamente mirrado de susto. Acho que preciso MESMO de me encontrar contigo (em ambiente trabalho) e pedir-te ajuda aqui para umas coisas. Depois da tua reunião com a orientadora, se puderes.

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