quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Porque às vezes não nos lembramos de detalhes...

... e temos vergonha de perguntar.

Profissão: pensador

Ser doutorando é ser tanta coisa, tudo ao mesmo tempo, mas é talvez uma das ocupações profissionais mais difíceis de explicar. Escreve-se muito mas não se é escritor; fala-se em conferências mas não se é orador profissional; pensa-se muito mas não se é pensador. 
Enquanto reflectia sobre como escrever uma frase ou como organizar três parágrafos que estão desconchavados, dei por mim a pensar (é difícil escapar a esta palavra): em quantos trabalhos se pode dizer que se está a pensar? 

"O que está a fazer, sentado em frente ao PC, a olhar para ontem?"
"Chefe, estou a pensar!"

E em quantos trabalhos se consegue justificar a necessidade de parar uma hora para uma sesta e mais meia hora para lanchar, porque sabemos que a seguir tudo o que façamos é muito mais produtivo?

"Silva! Está a comer?"
"Chefe, se eu não me alimento faleço!"
"Está certo, agora não o faça a espalhar o migalhedo no teclado enquanto vê metade do Survivor de ontem à noite... e já agora, se faz favor, vista umas calças, que o fato de treino e o polar não são adequados aqui na repartição!"

"Desculpe, ó menina... pode dar-me uma informação?"
"Minha senhora, se eu não vou ali à secção do campismo agora mesmo fazer uma sesta dentro de uma tenda posso garantir-lhe que lhe vou dar uma informação de menor qualidade e com uma atitude talvez pouco agradável. Por isso, cólicença!"

É uma vida que não lembra ao diabo, esta. 
(colocando este post também noutro blog porque acho que também merece, o pobrezinho)