Felizmente, por estas bandas não há grandes dramas familiares natalícios. A malta dá-se bem, as viagens entre famílias são simples e relativamente curtas, não há problemas. Os problemas vêm antes de todas as festividades, nomeadamente quando se está em casa e é mais fácil utilizar uma terça-feira às 15h para fazer compras do que o dia 1 de Dezembro ao meio-dia.
O agnosticismo que me contamina a alma faz com que eu só goste do Natal pelos presentes, tanto para mim quanto para os outros, e é isso que me causa o grosso do stress. Ora, eu como sou a imaginativa da família, sou aquela que compra os de mim para os outros, os dos outros para os outros e, qualquer dia, os dos desconhecidos para os desconhecidos. Por isso, desde fins de Novembro que, como de costume, ando tipo barata tonta a ver montras, a anotar ideias, a fazer encomendas online...
E hoje é um dia daqueles que traz um enorme sentimento de culpa ao bolseiro: o dia em que, apesar de se ter um prazo para daqui a 14 dias, se toma a decisão consciente de não trabalhar porque há compras para fazer. Consegui, no meio disto tudo, agendar dois dias para compras. Uma tarde já lá foi, com sucesso mediano. Hoje vai ter que ser muito bem sucedida (mais stress?). E aquela recta final do "Aaaaaaaaaaaai que me esqueci da prenda para a sogra" vai ter que ser feita numa manhã, estar no centro comercial ou na Baixa de Lisboa às 10 em ponto e fugir o mais rapidamente possível!
Mal posso ver chegar 24 e 25, que poderiam ser os dias de maior stress, mas acabam por ser os mais descansados, aqueles em que se respira de alívio porque é só sentar, comer e aproveitar. E nem me falem em Janeiro, cuja chegada aguardo com ansiedade.